Três secretários estaduais de Alagoas deixaram seus cargos para disputar as eleições deste ano. Os ex-secretários devem disputar espaços nas casas legislativas e com o apoio do Palácio República dos Palmares dentro de uma coligação que envolve PSB, PPS, PSDB e outros partidos que irão integrar o projeto de reeleição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB), como é o caso do PSC.

As exonerações foram publicadas no Diário Oficial desta quinta-feira, dia 1°. Deixam o primeiro escalão de Vilela, os secretários Kátia Born, Régis Cavalcante e Jorge VI. Born respondia pela pasta da Ciência e Tecnologia, Cavalcante era titular de Trabalho e Renda e Jorge VI era responsável pela área de Esportes.

As saídas dos ex-secretários respeitam as regras eleitorais. Assim, Kátia Born deve buscar um espaço para a Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Born busca ampliar a bancada do PSB na Casa, que conta apenas com Alberto Sextafeira, que é candidato à reeleição. Outro nome do PSB é o da vereadora Tereza Nelma, que no ambiente interno do partido é oposição a ex-secretária.

O PPS tem uma situação mais confortável internamente. Régis Cavalcante conta com o apoio de toda a agremiação para buscar uma das cadeiras da Câmara Federal. O partido pretende ainda lançar o advogado José Costa para o Senado Federal, sendo este um dos nomes da chapa de Vilela.

Com as exonerações, Janesmar Camilo de Mendonça passa a responder pela Ciência e Tecnologia e Nádia Soares Baía assume a pasta do Trabalho. Jorge VI – que tinha status de secretário – é na verdade adjunto da Educação e do Esporte e trabalhava ao lado de Rogério Teófilo, que segue no Governo do Estado.

A surpresa veio pela exoneração do coronel do Corpo de Bombeiros, Jadir Ferreira Cunha, que ainda não manifestou desejo de disputar o pleito. Em seu lugar assume Neitônio Freitas dos Santos.

Lessa também entrega cargo

O ex-governador Ronaldo Lessa (PDT), pré-candidato ao governo de Alagoas, também entregou esta semana o cargo de assessor especial do ministro do Trabalho Emprego, Carlos Lupi, para se dedicar à campanha. Segundo Lessa, o presidente Luis Inácio Lula da Silva recomendou àqueles que desejassem ser candidatos que deixassem os cargos nessa data.

“Conversei com o ministro e comuniquei que apesar de lamentar sair do Ministério, onde trabalhei por quase três anos, a conjuntura política em Alagoas exigia que acelerássemos desde já os trabalhos da Frente no Estado, a primeira criada com tal abrangência no País”, afirmou Lessa, que ingressou no MTE em maio de 2007 como secretário executivo da pasta.

Prefeito e governador

Como não precisa se desincompatibilizar do cargo esta semana para disputar a reeleição, o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) ainda não anunciou oficialmente sua pré-candidatura. Ele diz que só o fará durante a convenção partidária.

Já o prefeito de Maceió, Cícero Almeida (PP), decidiu abrir mão da disputa pelo governo para apoiar Lessa, mas ainda aguarda uma definição do deputado federal Benedito de Lira (PP/AL), para saber se o partido lança um candidato ao Senado (que seria o próprio Lira) ou se aceita a indicação do candidato a vice de Lessa. Já o PT, que também integra a coligação de oposição à Vilela, insiste na candidatura do delegado da PF José Pinto de Luna ao Senado.

Entre os secretários municipais de Almeida, quem entregou o cargos para disputar uma vaga na Assembleia Legislativa foi Mosart Amaral (PP), da Infraestrutura. Vários prefeitos também estão entregando seus cargos para os vices, como objetivo de disputar as eleições de 2010, em Alagoas. É o caso do prefeito Renan Filho, filho do senador Renan Calheiros (PMDB), que entregou a prefeitura de Murici ao tio, Remi Calheiros, para disputar uma das 27 vagas de deputado estadual.

Além de Lessa e Vilela, o governo de Alagoas deve ser disputado pelo candidato do PSOL, o engenheiro agrônomo Mário Agra. O partido terá ainda a ex-senadora e atual vereadora de Maceió, Heloísa Helena, como candidata ao Senado. Para deputado estadual, o partido deve investir na candidatura do vereador por Maceió Ricardo Barbosa. Para a Câmara Federal, o PSOL também lançará vários candidatos.

Dos três senadores de Alagoas, só Renan deverá disputar a reeleição. João Tenório (PSDB), que era suplente de Vilela e assumiu a vaga em 2006, quando o titular saiu para se candidatura ao governo do Estado, ainda não disse se disputa a reeleição. Já o senador Fernando Collor (PTB), que tem mais quatro anos de mandato no Senado, ainda não demostrou interesse pela disputa majoritária. Embora, não diga nem sim, nem não quando questionado se disputaria de novo este ano o governo de Alagoas.