Carro fumacê não elimina muriçoca, mas o Aedes aegypti

17 / 01 / 11

Utilização do carro fumacê só é indicada em localidades onde existe alto índice de infestação do Aedes aegypti e transmissão da dengue com casos notificados

O tratamento a Ultrabaixo Volume (UVB), que consiste na aplicação espacial de inseticidas a baixíssimo volume, conhecido como carro fumacê, usado para eliminação do mosquito transmissor da dengue na fase adulta, não é indicado para combater a infestação de muriçoca. A informação é da diretora de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Cleide Moreira, diante de alguns telefonemas que o órgão tem recebido da população solicitando a passagem de carro fumacê.

Cleide Moreira explicou que utilização do carro fumacê só é indicada em localidades onde existe alto índice de infestação do Aedes aegypti, equivalente a 5%, e transmissão da dengue com casos notificados, de acordo com as normas do Ministério da Saúde.

“O objetivo do tratamento com o fumacê é eliminar os mosquitos adultos infectados e diminuir a transmissão da doença”, enfatiza, acrescentando que a utilização inadequada do adultecida pode criar uma resistência, tornando-se não mais eficaz no combate ao mosquito transmissor da dengue.

Para o combate à muriçoca, a diretora informa que é necessário um trabalho contínuo de limpeza urbana, coleta de lixo, redução da vegetação nos terrenos baldios e drenagem dos córregos e canais. “Essas ações é que têm um impacto muito bom no combate à infestação de muriçoca, não o fumacê”, esclarece a diretora.

Com relação ao tratamento com o carro fumacê, Cleide Moreira explica que é preciso seguir rigorosamente algumas regras para que a ação cause o efeito desejado. Ou seja: o veículo só pode circular à noite (18h às 22h) e pela manhã (das 4h às 7h), períodos onde não há presença do sol. Além disso, a velocidade do vento não pode ultrapassar 6 km/h (monitorado por equipamento), enquanto a velocidade do carro só é permitida até 10 km/h. “Isso é importante para que a aspersão aeroespacial seja feita adequadamente e tenha eficácia”, destaca.

Recomendações – Outro aspecto importante, de acordo com a diretora, é a contribuição da população, como por exemplo, abrir as portas na hora da passagem do carro fumacê, inclusive portas dos quartos, e movimentar objetos que possam servir de esconderijo do mosquito, para facilitar a exposição deles ao inseticida. “Tudo isso é necessário para se atingir a mortalidade esperada, que é de 80% da infestação do vetor na área onde o veículo está circulando”, ressalta.

Outra recomendação é com relação aos alimentos, que devem ser protegidos para evitar que sejam atingidos por partículas do adultecida. Além disso, a diretora pede que os pais não deixem as crianças correrem atrás do veículo, como geralmente acontece, para evitar acidentes.

Segundo a diretora, o cronograma para a circulação do carro fumacê é definido previamente pela Sesau, considerando aspectos epidemiológicos da localidade, como altos índice de infestação e a notificação de casos de dengue. Logo, a população não precisa telefonar para a Sesau solicitando o serviço. No entanto, ela destaca que é importante as pessoas denunciarem casos de dengue e a presença do Aedes aegypti. Nesse caso, os contatos são: 3315-1683 e 3315-1671; ouvidoria (0800 284-1945) ou pelo e-mail ouvidoriasus@saude.al.gov.br.

Frota – Atualmente, para as operações do carro fumacê, a Sesau conta com uma frota de oito veículos, oito motoristas e igual número de operadores, mais dois veículos para supervisão, para avaliar se o trabalho está sendo feito dentro das normas, e uma motocicleta com mecânico que dá assistência para garantir a continuidade do serviço. Nas áreas de difícil acesso, onde não é possível a circulação do carro fumacê, o trabalho é feito por uma equipe com bombas costais.

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