Policiais civis entram em greve em Alagoas
Categoria recebe atualmente em torno de R$ 2 mil por mês
Os policiais civis de Alagoas entraram em greve por tempo indeterminado nesta terça-feira, reivindicando melhores condições de trabalho e reajuste salarial. Com isso, cerca de 1,8 mil agentes policiais, espalhados por 127 distritos e delegacias especializadas estão de barcos cruzados.
Apenas um efetivo mínimo de 30% da categoria irá trabalhar, já que a segurança pública é considerada uma atividade essencial. Mesmo assim, a ordem é só registrar os flagrantes.
A categoria recebe atualmente em torno de R$ 2 mil por mês, mas reivindica um salário inicial de R$ 7,2 mil, o equivale a 60% dos vencimentos de um delegado.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Alagoas (Sindpol), Carlos Jorge da Rocha, disse que o movimento grevista pode se entender a outros setores da segurança pública do Estado. “Os policiais militares também estão mobilizados e prontos para o aquartelamento, se for necessário”, afirmou Carlos Jorge.
Segundo ele, as duas categorias se reunirão esta tarde na Praça Deodoro, no Centro de Maceió, para tirar os encaminhamentos com relação à possibilidade de aquartelamento. “Estamos batalhando para fazer um movimento só em defesa da segurança pública, unificando nossas reivindicações salariais e estruturais”, acrescentou o sindicalista.
A paralisação foi decidida no último dia 18, em assembleia geral. Com a greve, todas as investigações estão paralisadas e há risco de fugas, como a que ocorreu no último final de semana, quando pelo menos dez presos fugiram da cadeia pública da cidade de Santana do Ipanema, a 204 quilômetros de Maceió.
“Na verdade, a Polícia Civil de Alagoas só investiga crimes de grande repercussão. Aqueles que envolvem pobres ficam sem a devida apuração, sem qualquer solução”, afirma Carlos Jorge. “Os policiais civis se limitam a tomar contas de presos, com as cadeias superlotadas ou sucateadas, sem as mínimas condições de funcionamento”, acrescentou.
Carlos Jorge disse ainda que a categoria luta para receber um salário que represente ao menos 60% dos subsídios dos delegados, ou seja, R$ 7,2 mil. “Disso, não abrimos mão”, garantiu Carlos Jorge, acrescentando que em quanto um delegado de Alagoas recebe um salário de 12 mil, fora as vantagens, o agente de policia percebe menos de R$ 2 mil.
De acordo com o sindicalista, a greve atinge praticamente todos os 14 distritos policiais da capital, as 13 delegacias especializadas de Maceió e de Arapiraca e as 100 delegacias do interior do Estado. “Só estamos registrando crimes em flagrantes. Apenas isso”, assegurou, acrescentando ainda que, durante a paralisação, os sindicalistas estarão visitando delegacias em Maceió e no interior.
“Aumento vergonhoso”
Para Carlos Jorge, o reajuste de 5,91% ofertado pelo governo do Estado, em duas parcelas, está muito aquém do percentual reivindicado pela categoria. “Foi um aumento vergonhoso. O que vamos fazer com o dinheiro equivalente a menos de 6%? Mesmo assim divididos em duas vezes. Não dá para nada. O policial civil recebe R$ 1,7 mil e esse não é um salário justo”, condenou.
A categoria também reclama das condições de trabalho dos policiais. Eles pedem que suas funções sejam exercidas com armas e coletes à prova de balas. “A caos na segurança pública fez de Alagoas o Estado mais violento do Brasil, um dos mais violentos do Mundo. Nos últimos quatro amos, foram mais 8 mil homicídios registrados em Alagoas. Tem alguma guerra ocorrendo que tenha feito tantas vítimas?”, questionou.
Outro lado
O governo do Estado informou, por meio da assessoria de comunicação, que ainda não recebeu, oficialmente, a pauta de reivindicações dos policiais civis, por isso não pode se manifestar sobre o reajuste reivindicado. Quando à greve, a assessoria do governo informou que o governador Teotônio Vilela Filho (PSDB) não negocia com grevista e que vai pedir a ilegalidade do movimento. Para o governo, o aumento que era possível foi já foi concedido: 5,91%.
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