Tecnologias do Sertão podem ser usadas no Água Para Todos

29 / 08 / 11

Para avaliar o uso de tecnologias na captação e armazenamento de água, foram visitados agricultores de São José da Tapera que fazem uso desses suportes para ter água em casa

Os tipos de cisternas e barragens utilizadas por alguns agricultores do Sertão de Alagoas poderão servir de modelo para as ações do Programa Água Para Todos. Lançada pelo governo federal pela presidenta Dilma Roussef no último dia 25 de julho, em Arapiraca, a iniciativa faz parte do Programa Brasil Sem Miséria.

Na zona rural do município de São José da Tapera, por exemplo, o agricultor Expedito dos Santos consegue produzir hortaliças e frutas o ano inteiro por meio do uso da água acumulada por uma cisterna-calçadão. A estrutura é simples, mas necessita de cerca de R$ 7 mil para implantação.

Na comunidade Macena, onde vive seu Expedito, 10 famílias foram incluídas no Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) – nome dado em referência aos dois reservatórios instalados na propriedade dos beneficiados. Coordenado em Alagoas pela Articulação do Semiárido (ASA), que reúne entidades envolvidas na execução de projetos, a ação visa melhorar as condições de produção dos agricultores familiares e a convivência com o semiárido.

O programa prevê a construção de um pequeno açude, uma cisterna com capacidade para até 53 mil litros de água e um calçadão, nas dimensões de 12 por 25 metros, na propriedade de cada família beneficiada. “Assim, quando chove, toda a água que cai sobre o calçadão vai para a cisterna. E essa água é usada para regar as plantas”, explicou o próprio Expedito dos Santos.

Para avaliar o uso dessa e de outras tecnologias na captação e armazenamento de água, a superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), Inês Pacheco; a diretora de Programas Especiais, Cristina Cavalcante; o coordenador da ASA, Mardônio Alves; e a equipe técnica da Seagri visitaram, na sexta-feira (26), agricultores de São José da Tapera que fazem uso desses suportes para ter água em casa.

Além da cisterna-calçadão na propriedade de Expedito dos Santos, o grupo visitou seu Dedé, no Sítio Bananeiras, que possui uma barragem subterrânea, e seu Benedito, no Sítio Laginha, que acumula água num tanque de pedra.

“Como já temos a comprovação de que essas tecnologias são usadas em Alagoas e permitem a convivência dos agricultores no meio rural de forma digna, com produção de alimentos o ano todo e geração de renda, podemos traçar algum projeto para multiplicação dessas unidades a partir do apoio do Programa Água Para Todos”, esclareceu o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.

“Temos a determinação do governador Teotonio Vilela de viabilizar a inclusão produtiva das famílias do campo, de apoiar essas pessoas para que elas fiquem no campo e lá vivam com o desenvolvimento de suas atividades e geração de renda. Mas sabemos que, para produzir, é preciso ter água, assim, pretendemos trazer as ações do Água Para Todos baseadas nessas tecnologias”, defendeu o secretário.

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