Alagoas comemora 100 anos de Arnon de Mello

19 / 09 / 11

Para comemorar o centenário do senador, o Instituto Arnon de Mello está programando uma de eventos que serão realizados ao longo do ano

Uma série de atividades culturais deve marcar o centenário de nascimento do senador e ex-governador de Alagoas Arnon de Mello, comemorado este ano. Se estivesse vivo, Arnon estaria completando 100 anos nesta segunda-feira, 19 de setembro.

Para lembrar a data, integrantes do Instituto Arnon de Mello e da Organização Arnon de Mello (OAM) prestam homenagem ao senador com a aposição de coroa de flores no busto do homenageado, localizado no prédio sede da empresa, na Avenida Aristeu de Andrade.

Às 17 horas, foi rezada uma missa em ação de graça, celebrada na Igreja de São Gonçalo, no bairro do Farol. A cerimônia religiosa foi prestigiada por familiares, amigos e admiradores do senador, além de funcionários das Gazetas (jornal, rádio, TV e site).

Em entrevista à imprensa, o vice-presidente do Instituto Arnon de Mello, Carlos Mendonça, informou que além das homenagens desta segunda-feira (19/9), outros eventos alusivos ao centenário do senador serão realizados ao longo deste ano.

“O senador Arnon de Mello recebeu homenagens de várias instituições renomadas, a exemplo do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas. O senador sempre foi reconhecido pelo grande esforço que fez pelo desenvolvimento do Estado”, afirmou Mendonça.

Segundo ele, até dezembro uma série de atividades serão desenvolvidas pelo Instituto Arnon de Mello para marcar a data. “Já realizamos seminário sobre o legado deixado por Arnon e estamos com uma programação vastíssima até o fim do ano”, acrescentou

Mendonça disse ainda que mais de 3.500 pesquisas já foram elaboradas com a colaboração do Instituto Arnon de Mello. A instituição trabalha na preservação do patrimônio imaterial, no incentivo à cultura e à educação de Alagoas.

“Nosso compromisso é dar continuidade a esse trabalho, que conta com o apoio de excelentes colaboradores e dos veículos de comunicação da Organização Arnon de Mello”, afirmou Mendonça. “Nas páginas do jornal Gazeta, nós temos o registro fiel da história de Alagoas e colaboramos com pesquisadores”, acrescentou.

Carlos Mendonça disse ainda o Instituto também desenvolve projetos como a Enciclopédia dos Municípios Alagoanos, o Projeto Mestres Artesãos, Maceió Século 21 e Patrimônio Arquitetônico, “que contribuem de forma decisiva para a preservação do patrimônio do Estado”.

Biografia

O jornalista Arnon Afonso de Farias Mello nasceu em Rio Largo, na região metropolitana de Maceió, no dia 19 de setembro de 1911. Filho de senhor de engenho, quando o pai faliu, Arnon foi para o Rio de Janeiro, onde trabalhou com repórter dos principais jornais do País.

Em uma viagem de trabalho à Europa, para cobrir Lindolfo Collor, então ministro do Trabalho do governo Getúlio Vargas, o jovem repórter conheceu Leda Collor, que acompanhava o pai na visita ao velho continente. Apresentado a Leda, Arnon logo se interessou pela filha do ministro, que se apaixonou por ele e os dois começam a namorar.

Do casamento com dona Leda, vieram os filhos Leopoldo, Fernando e Pedro; e as filhas Ana Luiza e Ledinha, mulher do embaixador Marcos Coimbra. Dos cinco filhos, apenas Pedro faleceu, em dezembro de 1994, pouco antes da morte da mãe.

Arnon morreu onze anos antes, ainda na condição de senador, no dia 29 de setembro de 1983, deixando um enorme legado político e empreendedor. Formando em advocacia, Arnon nunca exerceu a profissão, preferiu trabalhar como jornalista, empresário e político.

Tiro no Senado

Na política, foi governador de Alagoas de 1951 a 1956, sucedendo seu arqui-rival Silvestre Péricles e depois sendo sucedido por outro adversário: Muniz Falcão. Arnon foi um dos conspiradores do impeachment de Muniz, que resultou no famoso tiroteio da Assembleia Legislativa de Alagoas, em 1957.

Por conta as desavenças políticas com Silvestre Péricles, Arnon protagonizou, em 5 de dezembro de 1963, um dos episódios mais trágicos e escandalosos do Senado. Com um revólver smith wesson 38, Arnon disparou três tiros contra seu desafeto político, no plenário do Senado.

Contam que o senador Silvestre Péricles estava na tribuna, a cinco metros de distância de Arnon, mesmo assim não foi atingido. Dizem que na hora do tiro, Silvestre se baixou. Com isso, Arnon acertou erroneamente um tiro no peito do senador José Kairala, do Acre, que era suplente e morreu em seu último dia de trabalho.

Apesar do crime ter ocorrido dentro do Senado, na presença flagrante de inúmeras autoridades, Arnon não teve seu mandato cassado, nem sofreu qualquer punição imposta pela Mesa Diretora da Casa. Licenciado para ser processado, o senador alagoano terminou sendo absolvido, beneficiado pela imunidade parlamentar.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *