Onze presos fugiram, hoje à tarde, do presídio do Presídio Desembargador Luiz de Oliveira Souza e invadiram o campus universitário da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em Arapiraca, a 150 quilômetros de Maceió. Como o campus é vizinho do presídio, no momento da invasão, a polícia também invadiu o campus em busca dos fugitivos. Com os tiros e a correria, centenas de candidatos ao concurso público do Instituto Federal de Alagoas (IFAL) entram em pânico.

As provas, realizadas no campus, foram adiadas pela Comissão Permanente do Vestibular (Copeve) depois que presos invadiram o local. A empresa informou que define nesta segunda-feira (5/7) se também anulará as provas realizadas em outras instituições de ensino e unificará o processo no município. A Copeve explicou que os candidatos que prestaram os exames em Maceió não será prejudicados e que terão as provas validadas

De acordo com os policiais do 3º Batalhão da Polícia Militar (3º BPM), cinco dos onze presos foram recapturados. Seis continuam foragidos e os recapturados levados de volta ao presídio. Os policiais reconheceram que durante a invasão houve grande tumulto na universidade, o que levou a administração do campus e a empresa responsável pelo concurso público a adiarem as provas. Não há registros oficiais de pessoas feridas.

Cem mil concorrentes

Cerca de cem mil pessoas – de vários Estados – disputaram uma das 129 vagas do Concurso do Instituto Federal de Alagoas (IFAL). As provas começaram no início da tarde e terminaram às 17 horas. O cargo de auxiliar em administração, com 40.986 inscritos, era o mais concorrido. A remuneração para as 21 funções varia entre R$ 1.473,58 e R$ 2.989,33, mais vantagens. O resultado das provas está previsto para ser anunciado no dia 30 deste mês.

Candidata presa pela PF

Antes de iniciadas as provas, a Polícia Federal (PF) prendeu uma suposta candidata, de 25 anos, identificada apenas pelas iniciais do nome (M.B.F.O). De acordo com a PF, a suposta candidata iria fazer prova com documentação falsa de A.V.S, de 28 anos.

A investigação começou quando o serviço de inteligência policial recebeu uma denúncia anônima de que uma candidata se passaria por outra na prova do concurso do IFAL. Assim, a PF começou a investigar e descobriu quem se passaria por A.V.S e onde morava. Foram realizadas diligências as quais identificaram que M.B.F.O. faria a prova no Colégio Santa Úrsula, em Maceió.

A abordagem aconteceu por volta das 14 horas. Os agentes da PF se dirigiram ao local da prova e esperaram M.B.F.O. assinar a prova, assinar o cartão resposta e colocar as digitais no cartão de resposta. Nesse momento, fiscais da COPEVE pediram para a candidata sair da sala e se dirigir à coordenação. Chegando lá, os PFs interrogaram a acusada que confessou que estava fazendo prova no lugar de outra pessoa.

Os candidatos que estavam na sala de nada ficaram sabendo. Após a prisão, os policiais se dirigiram com M.B.F.O até a sede da PF, onde foi lavrado flagrante por uso de documento falso.