Sesau alerta sobre os perigos da catapora em crianças e adultos

03 / 10 / 12

Número de casos da doença aumenta todos os anos entre os meses de agosto e novembro

O final do inverno e começo da primavera não é apenas o anúncio da estação das flores, mas também de uma doença altamente infectocontagiosa, chamada de varicela e conhecida popularmente como catapora. A doença não afeta só as crianças, mas também os adultos, aumentando sua incidência entre os meses de agosto e novembro, devido à mudança climática e à aglomeração de pessoas.

A febre é um dos primeiros sinais de que algo está errado. Depois aparecem as vesículas cutâneas (lesões poliformes ou bolhas na pele) e a falta de apetite. A essas primeiras reações, os pais devem adotar as providências, procurando um médico e evitando que haja contaminação.

Apesar de ser contagiosa, a catapora é uma doença que não tem muitas complicações, porém é essencial estar alerta com relação à higiene, que é fundamental e evita que as vesículas se infeccionem. “Banho, troca das vestimentas e dos lençóis da cama são fundamentais”, explica a técnica do Programa Estadual de Doenças Exantemática e Varicela, Laudicéia Vieira.

Segundo Laudicéia Vieira, as pessoas infectadas pela doença devem ter repouso, manter o corpo e as roupas sempre limpos e afastar-se das atividades do dia a dia. “Muitos banalizam a catapora. Há casos em que as mães colocam o filho com catapora junto dos demais e até mesmo os vizinhos, mas isso não deve acontecer porque é uma doença altamente contagiosa. E, se nas proximidades estiver crianças menores de um ano, gestantes e imunodeprimidos, o que estiver doente deve ficar isolado”, frisou.

Laudicéia orienta que as pessoas que tiveram contato com uma vítima da doença devem procurar se imunizar dentro de 96 horas. “No caso das crianças menores de um ano, gestantes e imunodeprimidos, o ideal é procurar o Centro de Referência de Imunobiológicos Especiais do Hospital Escola Hélvio Auto para fazer uso da imunoglobulina. Os demais devem se dirigir até uma clínica que tenha a vacina contra a varicela. Atualmente, a vacina é adquirida nas clínicas privadas, e no serviço público só é disponibilizada em caso de surto e imunoprofilaxia em creches e hospitais”, informa.

Apesar disso, no segundo semestre de 2013, Laudicéia Vieira informou que o Ministério da Saúde estará disponibilizando a vacina tetraviral (contra sarampo, caxumba, rubéola e catapora). A catapora é altamente infecciosa e mais de 90% dos contatos são suscetíveis à infecção. A transmissão é via aérea, em gotas aerossolizadas de espirros ou tosse, ou pelo contato com pele infectada.

A varicela é quase exclusivamente uma doença de crianças, enquanto a zóster é uma doença de idosos. A transmissão do vírus de idosos com zóster para crianças é uma importante via de infecção. A varicela é geralmente inofensiva, exceto em doentes com imunodeficiência ou em neonatos, em que pode causar infecções do cérebro ou do pulmão, levando à morte.

Cuidados

Nos adultos, os sintomas são mais sérios e a doença mais perigosa, podendo ocorrer pneumonia intersticial (em 20% dos casos adultos ou na adolescência). Contudo, nos casos de adultos com problemas renais, a doença pode se agravar, causando falha renal.

“É importante também ter cuidado com a medicação, como é o caso do uso do AAS, que é contraindicado nos casos de varicela, porque pode ocorrer a síndrome de Reye, ocasionando disfunção hepática”, orienta a técnica Laudicéia Vieira. Ela acrescenta que, nas gestantes que nunca tiveram a doença, o uso da imunoglobulina está indicado para prevenir a infecção fetal durante a gestação, como no caso da embriopatia, síndrome da varicela côngenita, que causa microftalmia, catarata, atrofia óptica e do sistema nervoso central.

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