Morre aos 67 anos, o ator José Wilker

06 / 04 / 14

Ator, diretor e crítico de cinema, ele foi vítima de um infarto fulminante, no Rio de Janeiro

De acordo com a Globo News, o artista dormia na casa da companheira, a jornalista Claudia Montenegro, na zona sul do Rio de Janeiro, quando foi vítima de um infarto fulminante, no último sábado (5/4). Uma ambulância teria sido chamada para levá-lo ao Hospital Samaritano, mas, ao chegar, os socorristas teriam detectado que não havia mais nada a fazer.

Com uma extensa lista de trabalhos no teatro, na TV e no cinema, o veterano deixa duas filhas: Isabel e Mariana.

O último papel do famoso nas telinhas foi como o Hebert de “Amor à Vida” – trama antecessora de “Em Família” na TV Globo.

O velório aconteceu no Teatro Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro.

DESPEDIDA.

Ex-mulher de José Wilker, Guilhermina Guinle e outros famosos acompanham a cerimônica de cremação do corpo do ator e diretor, no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, no Rio de Janeiro.

O corpo do ator foi cremado às 17h40. Apenas a família e amigos próximos puderam participar da cerimônia.

Aos 66 anos, Wilker morreu após passar a noite no apartamento da namorado, Claudia Montenegro, na zona Sul do Rio. Claudio Rangel, produtor e amigo de Wilker, comentou que ele “morreu dormindo após sofrer uma parada cardíaca”

Durante a noite de sábado (5/4) e todo o dia deste domingo (6/4), famosos como Tony Ramos, Malu Mader, Yoná Magalhães e Claudia Abreu passaram pelo velório para se despedir de José Wilker.

CARREIRA

Nascido em Juazeiro do Norte, no Ceará, José Wilker iniciou sua vida profissional como locutor de rádio. Sua mãe, Raiumunda, era dona de casa. Já seu pai, Severino, era caixeiro viajante.

Aos 19 anos, o então jovem resolveu ir viver no Rio de Janeiro, onde começou a se dedicar inteiramente ao teatro.

Entretanto, sua trajetória em cima dos palcos teve início no Movimento Popular de Cultura (MPC) do Partido Comunista, onde dirigiu espetáculos pelo sertão e realizou documentários sobre cultura popular.

A estreia do ator no cinema foi em “A Falecida”, filme de 1965.

Em seu currículo, o artista tem personagens emblemáticos, dentre eles o Vadinho, de “Dona Flor e Seus Dois Maridos”, de 1976, e Giovanni Improtta, na novela “Senhora do Destino” (2004), da Globo.

Em 2012, Wilker também cativou o público com sua atuação como o coronel Jesuíno no remake de “Gabriela”.

REPERCUSSÃO

Amiga de longa data de José Wilker, Sonia Braga fez uma homenagem ao ator, que morreu no último sábado (5), após sofrer um infarto fulminante.

A artista dedicou a ele o prêmio que ganhou na primeira edição do “Prêmios Latinos” – de melhores filmes ibero-americanos do ano, no Panamá.

“Pessoalmente eu desfrutei cada pequeno segundo que é estar na frente de uma câmera. Mas não o fiz sozinha. Ninguém o pode. Por isso gostaria de agradecer a todos que dividiram comigo esta travessia de minha carreira. Queria pedir licença neste momento. Como atriz e como amiga, por tudo que vivemos juntos, pelo meu grande amor, dedicar este prêmio e todos as honras e aplausos para este grande ator latino-americano e amigo, José Wilker, meu companheiro de ‘Dona Flor’, que nesta manhã nos deixou. Isto é para você, José, meu amor”, disse a veterana durante a cerimônia, no sábado.

Ao chegar em casa, Sonia fez questão de compartilhar o discurso em seu perfil no Facebook.

FAMÍLIA

Isabel Wilker, uma das filhas de José Wilker, comentou a morte do pai e fez uma homenagem ao ator em seu Instagram.

“Só tenho amor, muito amor, e agora saudades, sempre. Obrigada a todos pelo carinho”, publicou na rede social.

Wilker faleceu em sua casa na zona sul do Rio de Janeiro. Ainda não há informações sobre enterro e velório.

O ator deixou duas filhas: Isabel, fruto do relacionamento com a atriz Mônica Torres, e Mariana, com a atriz Renée de Vielmond.

PERFIL

Nome José Wilker
Idade 63 anos (20/08/1947)
Naturalidade Juazeiro do Norte, CE
Signo Leão
Status Namora Cláudia Montenegro

BIOGRAFIA

BIOGRAFIA

Nascido em Juazeiro do Norte, no Ceará, em 20 de agosto de 1947, José Wilker Almeida foi morar em Recife aos 13 anos. Na capital de Pernambuco, trabalhou como radialista e começou sua celebrada e extensa carreira de ator.

Membro da Juventude Comunista, fazia peças de teatro no sertão pernambucano com outros jovens do partido nas quais difundiam as ideias do pedagogo Paulo Freire. Sua estreia profissional aconteceu com o espetáculo “Julgamento em Novo Sol” (1962).

Em 1963, José Wilker mudou-se para o Rio de Janeiro, onde estudou interpretação com o cineasta sueco Arne Sucksdorff. Dois anos depois ele trabalhou em seu primeiro filme fazendo uma ponta em “A Falecida” (1965), também o primeiro longa de Fernanda Montenegro.

Em 1967, se sentiu cansado do teatro e começou a estudar sociologia. Porém, abandonou o curso da Pontifícia Universidade Católica e voltou a dedicar-se à dramaturgia. Iniciou então sua história de apresentações marcantes com a peça “O Arquiteto e o Imperador da Assíria” (1970), que lhe rendeu seu primeiro Prêmio Molière de Melhor Ator.

No ano seguinte, Wilker estreou na Rede Globo no programa “Caso Especial”. A partir daí foram dezenas de trabalhos na emissora, tanto como ator quanto como diretor. Só novelas foram 29.

Em 1972, Wilker pediu demissão da Globo após o diretor da novela em que trabalhava, “O Bofe”, ser substituído devido à baixa audiência. Seu personagem morreu com um ataque de riso, mas um ano depois lá estava o ator novamente fazendo “Cavalo de Aço”.

Após atuar e dirigir a novela “Transas e Caretas” (1985), o ator encarnou o personagem que mais marcou sua carreira na TV: Roque Santeiro, na novela de mesmo nome. Sátira política com crítica religiosa, o folhetim bateu recordes de audiência.

Na esteira do sucesso de “Roque Santeiro”, José Wilker foi para a Manchete, onde atuou e dirigiu duas novelas na sequência, e voltou para a Globo. Na emissora carioca, o ator também dirigiu o humorístico “Sai de Baixo” desde a sua estreia, em 1996.

Em 2002, viveu o seu primeiro personagem homossexual na televisão em “Desejos de mulher”. Quatro anos depois, Wilker deu vida ao presidente Juscelino Kubitschek na minissérie “JK”.

No cinema, o ator conheceu o sucesso ao interpretar Vadinho em “Dona Flor e Seus Dois Maridos” (1976). O filme manteve o troféu de maior bilheteria do cinema nacional até 2010, quando perdeu o posto para “Tropa de Elite 2”.

Entre os 49 longas em que atuou, o ator participou de filmes marcantes como “Xica da Silva” (1976), “Bye Bye Brasil” (1979), “O homem da capa preta” (1986) e “Guerra de Canudos” (1997).

Amante do sétima arte, tem milhares de filmes em casa. Desde 1995, apresenta o quadro “Papos de cinema” no programa “Cineview”, do Telecine Premium, onde também comenta a cerimônia de entrega do Oscar.

O incansável José Wilker também já trabalhou como presidente da Riofilme, da Prefeitura do Rio, e como colunista de cinema. Como se não fosse o suficiente, em 2010 se lançou como autor com “Este Não é um Livro Sobre Cinema”.

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