Brasil perde da Holanda e fica em 4º na Copa
Equipe europeia vence por 3 a 0 no Mané Garrincha e garante a medalha de bronze. Brasil recebe vaias no final da partida
Triste adeus. A seleção brasileira não transformou a disposição dos jogadores e o apoio dos torcedores presentes no estádio Mané Garrincha em gols e se despediu da Copa do Mundo com derrota de 3 a 0 para a Holanda, neste sábado, no Mané Garrincha. A Laranja mostrou sua força em Brasília e garantiu o 3º lugar do Mundial, com gols de Van Persie, Blind e Veltman. Além disso, termina o Mundial invicta, com cinco vitórias e dois empates. O futuro de Luiz Felipe Scolari no comando da equipe nacional está incerto. Ele tem contrato até o fim da Copa. O Brasil saiu vaiado do gramado: desfecho da despedida melancólica.
O jogo deste sábado foi o quinto confronto na história das duas seleções em Copas do Mundo. A Holanda foi algoz em duas ocasiões: em 1974, liderada pelo craque Johan Cruyff e seu Carrossel revolucionário, e em 2010, com gols de Sneijder. O Brasil levou a melhor em duas competições seguidas, 1994 e 1998. Na última, a vitória foi nas penalidades máximas. Agora, o time europeu desempatou, tornando-se o maior vencedor nos duelos em Mundiais.
Dois recordes foram registrados na partida deste sábado. Além do revés, o Brasil passou a ter a marca negativa de ser o anfitrião com mais gols tomados em Copas, ultrapassando a Suíça, que levou 11 gols no Mundial de 54. Ao todo, a equipe de Luiz Felipe Scolari tomou 14. Pelo lado da Holanda, um feito curioso. O time comandado por Louis van Gaal, que havia menosprezado a disputa pelo bronze, saiu do Mundial invicto (a Laranja empatou em 0 a 0 com a Argentina e foi desclassificada pelos argentinos nos pênaltis).
O JOGO
Como em todos os jogos da Seleção na Copa do Mundo, jogadores e torcedores cantaram o Hino Nacional juntos e à capela. Mesmo com a goleada na semifinal, a equipe foi ovacionada e aplaudida em Brasília. No entanto, foi a Holanda quem sorriu primeiro. Aos dois minutos, Van Persie recebeu toque e acionou Robben, que passou por Thiago Silva, em velocidade. O zagueiro o segurou fora da área, mas o árbitro argelino marcou pênalti. Van Persie converteu com precisão, sem chances para Julio Cesar, que acertou o canto, mas não conseguiu salvar a equipe canarinho: 1 a 0.
Mesmo com o baque inicial, a torcida brasileira seguia mostrando seu apoio e vaiando os holandeses. Aos cinco, Oscar, na ponta esquerda, se desmarcou e cruzou para área adversária. Jô e Ramires não conseguiram finalizar a jogada. Em jogada semelhante, aos sete, Maxwell, que foi escalado na vaga de Marcelo, levantou, mas Jô novamente não chegou a concluir.
Aos 15, entretanto, seria a Holanda que marcaria novamente. Robben lançou De Guzman, na ponta direita, que cruzou para Van Persie. David Luiz cortou mal, para o meio da área, e a bola sobrou para Blind. O lateral-esquerdo apareceu de surpresa e, na marca do pênalti e sem marcação, chutou de dirieta para aumentar o placar para a Laranja.
A primeira grande chance brasileira foi aos 20 minutos. Da entrada da área, Oscar, que procurou o jogo, deu um corte em Wijnaldum e arriscou para o gol. A batida saiu rasteira e sem força, para defesa tranquila de Cillessen. O troco veio aos 28, Robben passou pela marcação e achou De Guzman que, da entrada da área, chutou por cima da meta de Julio Cesar.
Aos 37 minutos, Oscar cobrou falta rasteira, com veneno. A bola passou por Luiz Gustavo, Paulinho e David Luiz, que não conseguiram empurrar para o fundo da rede, e saiu na linha de fundo. Quase que o Brasil diminuiu em Brasília. A Holanda voltou a mostrar força no ataque aos 40 minutos. Depois de boa troca de passes, Van Persie, livre de marcação, chutou de fora da área, a bola quicou, mas o goleiro brasileiro conseguiu fazer a defesa.
A última tentativa brasileira na primeira etapa foi aos 44 minutos. Ramires sofreu falta de Vlaar próximo da área da Holanda. Oscar bateu, mas pegou na barreira. No rebote, Maxwell isolou.
Na volta para o segundo tempo, a Holanda quase chegou ao terceiro gol. Robben surge na ponta esquerda, passa por Fernandinho (que entrou no lugar de Luiz Gustavo no intervalo) e Maicon e invadiu a área da Seleção. Na hora da batida, houve bloqueio no capitão Thiago Silva e a bola subiu, quase surpreendendo a zaga brasileira. Wijnaldum cabeceou, mas sem força.
Aos 14, Oscar achou Ramires na entrada da área. O volante dominou, passou pelo zagueiro Vlaar, mas o chute saiu torto, desperdiçando boa chance. Aos 17, David Luiz cobrou falta, a bola passou pela barreira, mas Cillessen, atento, fez a defesa. Aos 22, Oscar tentou passar por Blind e foi derrubado dentro da área. Os jogadores brasileiros pediram pênalti, mas o juiz Djamel Haimoudi nada marcou e ainda deu cartão para o camisa 11 da Seleção.
Jô e Hulk, que substituiu Ramires, tramaram boa jogada aos 29 minutos. O atacante do Atlético Mineiro fez boa jogada na intermediária e viu Hulk chegar. O camisa 7, da entrada da área da Holanda, bateu fortemente, uma de suas características, e a bola passou próxima do ângulo direito de Cillessen.
Aos 40, em contra-ataque, Janmaat acionou Robben, que surgia na área do Brasil. A zaga da Seleção, com Maicon, afastou para escanteio. Na cobrança, Julio Cesar perde disputa com Kuyt, mas a bola saiu pela linha de fundo.
Criando mais chances, a Holanda chegaria ao terceiro gol. Robben, na ponta direita, tocou para Janmaat, que cruzou. A bola chegou em Wijnaldum, que só teve o trabalho de tocar para o fundo do gol e confirmar a vitória holandesa e garantir a medalha de bronze da Copa do Mundo. Fim melancólico para o Brasil no Mundial.
BRASIL 0 x 3 HOLANDA
Árbitro: Djamel Haimoudi (Argélia)
Estádio: Mané Garrincha (Brasília)
Público: 68.034 torcedores
Gols: Van Persie (2′ 1ºT), Blind (15′ 1ºT) e Wijnaldum (45′ 2ºT)
Cartões Amarelos: Thiago Silva, Fernandinho (Brasil), Robben, De Guzman (Holanda)
Cartões Vermelhos: –
Brasil: Julio Cesar; Maicon, Thiago Silva, David Luiz e Maxwell; Luiz Gustavo (Fernandinho), Paulinho (Hernanes), Ramires (Hulk), Oscar e Willian; Jô
Holanda: Cillessen (Vorm); Kuyt, Vlaar, De Vrij, Martins Indi e Blind (Janmaat); Wijnaldum, Clasie (Veltman) e De Guzman; Robben e Van Persie
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