Diagnóstico tardio afeta vida de portadores de hanseníase

28 / 01 / 15

Campanha orienta sobre males da doença; em 2014, segundo a Saúde, apenas 56% dos casos estimados foram constatados, e muitos em estado avançado

“Quanto mais cedo você diagnosticar, mais cedo você vai se curar”. Com esse slogan, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) lançou em Alagoas, nesta quarta-feira (28), a Campanha de Combate à doença. Realizada em parceria com a Secretaria de Saúde de Maceió, a solenidade ocorreu no II Centro de Saúde, situado no bairro Poço, e alertou os alagoanos sobre a importância do diagnóstico precoce.

Isso porque, o diagnóstico tardio tem afetado a vida de muitos portadores da doença, segundo destacou a secretária adjunta de Estado da Saúde, Rosimeire Rodrigues, que representou a titular da pasta, Rozangela Wyszomirska. “Em 2014, apenas 56% dos casos estimados de hanseníase foram constatados e, muitos deles, quando o paciente já apresentava estado avançado dos sintomas, que muitas vezes deixam sequelas irreversíveis”, destacou.

O professor Luzard Pereira é um exemplo desse diagnóstico tardio. Apesar de apresentar muitos dos sintomas da doença, passou um ano em contato com médicos particulares, que não conseguiram diagnosticar seu problema. Após uma crise de saúde, ele deu entrada no Hospital Geral do Estado (HGE) e, ao ser encaminhado ao II Centro de Saúde, foi diagnosticado com a hanseníase, pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

“Após passar por cinco especialistas, foi no HGE que a médica suspeitou de hanseníase e fez o encaminhamento correto”, lembrou o professor, que está em tratamento há sete meses. “Pela demora no diagnóstico, acabei com outras complicações, mas, aqui, no serviço público, fico impressionado com o atendimento e acompanhamento do meu caso. É tudo muito rápido” afirmou.

Segundo Luana Melo, enfermeira que acompanha o caso do professor, atualmente, 32 pacientes são tratados no II Centro de Saúde de Maceió com o uso dos medicamentos. Luzard ainda tem um dos casos mais raros da doença: a hanseníase multibacilar neural. “De cada 100 casos, apenas três são diagnosticados como o dele”, completou a enfermeira.

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