Papa diz que pena de morte é ‘inadmissível’

21 / 03 / 15

Francisco também apontou para "falência" do Estado de Direito

O papa Francisco afirmou nesta sexta-feira (20) que a pena de morte é “inadmissível” e que representa uma “falência” do Estado de Direito. Em uma mensagem à Comissão Internacional Contra a Pena de Morte, recebida em audiência no Vaticano, o Pontífice afirmou que a pena capital é “inadmissível pelo quanto possa ser grave um crime cometido por um condenado”. “Para um Estado de Direito, representa a falência, porque obriga a morte em nome da justiça”, criticou o líder da Igreja Católica, ressaltando que a “justiça humana é, entre outras coisas, imperfeita e pode errar”.

“Em toda a história, houve debates sobre os mecanismos para matar que reduzem a agonia e o sofrimento do condenado, mas a verdade é que não existe um modo humano para matar alguém”, acrescentou. De acordo com Francisco, as condenações à prisão perpétua também podem ser consideradas um tipo de pena de morte, já que “impedem a projeção de um futuro”. “A prisão perpétua, como todas as penas que impedem que o condenado projete um futuro, pode ser considerada uma pena de morte escondida, pois não priva a pessoa apenas de sua liberdade, e sim, da esperança também”, disse o Papa. Por fim, Jorge Mario Bergoglio afirmou que, além da pena de morte, os países matam seus próprios cidadãos quando “levam a população a guerras e quando fazem execuções extrajudiciais e sumárias”.

“É possível que o Estado mate alguém até mesmo quando não garante ao seu povo o acesso aos bens essenciais para a vida”, explicou o Papa. Desde quando assumiu a liderança da Igreja Católica, em março de 2013, o papa Francisco tem feito críticas à maneira como os Estados marginalizam as pessoas e corrompem seus direitos ao impedir o acesso a necessidades básicas. (ANSA)

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