CNBB lança Campanha da Fraternidade de 2016

11 / 02 / 16

Arcebispo de Vitória lançou a campanha que trata do saneamento básico no Brasil

O arcebispo da Arquidiocese de Vitória, Dom Luiz Mancilha Vilela, falou em entrevista ao Bom Dia Espírito Santo sobre o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2016. Esse ano, a campanha ecumênica tem como tema “Casa comum, nossa responsabilidade”, tratando principalmente do saneamento básico.

A campanha tem início nesta Quarta-feira de Cinzas (10), dia que marca o início da Quaresma, época que tem relação com a campanha.

“A Campanha da Fraternidade é colocada como gesto concreto nesse tempo quaresmal em que nós nos preparamos para a festa da páscoa. Então o gesto concreto agora que é proposto a todos os cristãos é que nós olhemos a nossa casa comum”, explicou Dom Luiz.

O arcebispo também lembrou que os cuidados com a casa comum estão diretamente ligados ao combate contra o mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como o zika vírus e a dengue.

“É importante que cuidando da casa comum, cuidemos do nosso quintal, do nosso apartamento, da nossa casa, combatendo o inseto. Assim a gente estará contribuindo com uma sociedade mais sadia”.

Ecumênica

Pela quarta vez, a campanha da fraternidade será realizada de forma ecumênica, entre diversas congregações cristãs. Através do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), elas se reuniram para trabalhar pelo tema.

Nos anos 2000, 2005 e 2010, a campanha também foi realizada com diferentes igrejas. Para Dom Luiz: “Todos nós acolhemos o nosso mesmo Jesus, que dá sentido a nossa vida. Então é importante que nós estejamos unidos”.

O tema central da campanha desse ano é o saneamento básico, chamando atenção para o fato de que o Brasil é a sétima maior economia do mundo, mas cerca de 100 milhões de brasileiro ainda vivem sem serviços básicos de saneamento, como tratamento de esgoto e coleta de lixo.

De acordo com o arcebispo, o principal motivo desses problemas persistirem é a falta de vontade política.

“Eu sei que falta dinheiro, mas vontade política primeiramente, porque isso é fundamental (…) no mundo há um bilhão de pessoas que fazem suas necessidades ao ar livre. Quer dizer é necessário uma vontade política para que as pessoas possam, na sua dignidade, serem respeitadas e possam ter saúde”.

Saúde

Sobre o lema da campanha da fraternidade “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”, o arcebispo reafirmou que o direito a saúde deve ser universal, sem distinções.

“Nós sabemos a crise que está aí, as filas, o sofrimento de tanta gente, especialmente os mais pobres passam por inúmeras dificuldades. Isso não pode, não é vontade de Deus. Deus quer saúde para todos, agora confiou a todos nós a responsabilidade de distribuirmos a justiça entre todos, não entre alguns”.

Também sobre saúde, Dom Luiz criticou o posicionamento do alto-comissário de Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra’ad Al Hussein, que recomenda que os países afetados pela crise do vírus zika, como o Brasil, permitam que gestantes infectadas pelo vírus possam interromper a gravidez.

“A ONU é um instrumento que deveria estar serviço da paz, não a serviço da violência. Quando da licença e promove a morte do pequeno, do indefeso, isso é uma perversidade. Não cabe a ONU fazer uma coisa dessas, a destruição daquele que é indefeso”.

Sobre a forma de atuação da igreja em relação ao combate ao zika, Dom Luiz foi assertivo: “Combate-se com a nossa corresponsabilidade (…) Se cada família cuidar do seu lugar, do seu quintal, da sua casa, eu tenho certeza que em breve nós solucionaremos esse problema˜.

A abertura da Campanha da Fraternidade será no Centro de Vitória, saindo da Igreja Presbiteriana da rua Sete de Setembro e seguirá até a catedral, no domingo (14), às 15h.

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