Hector Babenco morre aos 70 anos

15 / 07 / 16

Cineasta, que era casado com a atriz Bárbara Paz, sofreu uma parada cardiorrespiratória noite desta quarta, 13, em hospital em que estava internado.

O cineasta Hector Babenco morreu, aos 70 anos, na noite desta quarta-feira, 13, em São Paulo. Babenco foi vítima de uma parada cardiorrespiratória no hospital Sírio-Libanês, onde estava internado há cerca de dois dias. A morte foi confirmada pela produtora HB Filmes, responsável pelas principais obras do cineasta. Ainda segundo a produtora, Babenco morreu às 22h50. “Ele passou por um procedimento simples. Ontem ele estava bem”, lamentou Denise Winther, que trabalhou como assistente de Babenco nos últimos cinco anos. O hospital também confirmou a morte, mas não deu maiores detalhes sobre o quadro de saúde do cineasta.

. Famosos lamentam a morte de Hector Babenco.

Babenco foi casado por cerca de cinco anos com a atriz Bárbara Paz, com quem viveu uma relação de idas e vindas. Em entrevista de setembro de 2015, após uma reconciliação com Hector, Bárbara revelou que estava pensando em ter um filho com o cineasta. “Não vou ser feliz sem ter tido um filho”, disse ela a uma revista.

Ainda segundo Denise Winter, Bárbara Paz não deve se pronunciar no momento: “Bárbara não está em condições de falar com ninguém”.

Em cartaz no CCBB, no Rio com a peça “Gata em telhado de zinco quente”, a atriz se apresentou normalmente na noite desta quarta-feira, segundo a produção do teatro. Já a apresentação prevista para esta quinta-feira, 14, foi cancelada em função da morte de Babenco. A assessoria da peça ainda não sabe informar se Bárbara volta aos palcos este final de semana.

Vida e carreira

Nascido na Argentina, Hector Babenco radicou-se no Brasil aos 19 anos e se naturalizou brasileiro em 1977. O cineasta foi responsável por grandes sucessos, como “O beijo da mulher aranha”, de 1985 – pelo qual foi indicado ao Oscar de Melhor Diretor -, Pixote, a lei do mais fraco (de 1981) e Carandiru (de 2003). Seu último filme, “Meu amigo Hindu”, foi lançado em 2015 e tem um roteiro biográfico – a história de um cineasta, interpretado pelo ator Williem Dafoe, que enfrenta diversar crises e uma luta contra um câncer. O próprio Babenco descobriu um cancêr em 1990 e enfrentou uma luta de oito anos contra a doença.

Família e filhas
Antes do relacionamento com Bárbara Paz, Babenco foi casado com a também atriz Xuxa Lopes e com a marchand Raquel Arnaud, com quem teve a filha Myra. Ele também era pai de Janka, de uma relação anterior, e avô de duas crianças, Ana, de 10 anos, e Pedro, de 13, filhos de Myra.

Myra Arnaud Babenco trabalhava com a mãe, Raquel Arnaud, em uma galeria de arte em São Paulo, que divulgou nota de luto pela morte do cineasta em seu perfil no Facebook: “É com grande pesar que comunicamos o falecimento de Hector Babenco, pai de nossa diretora associada Myra Arnaud Babenco. A Galeria estara fechada ao público hoje e amanhã. Informaçōes sobre velório serão comunicadas assim que as tivermos”.

De acordo com uma funcionária da galeria, tanto Raquel quanto Myra estão viajando. A marchand está na Bahia e a filha em Nova York. Já Janka, segundo Raquel, estava no hospital com o pai no momento da morte.
Bárbara Paz e Hector Babenco (Foto: Manuela Scarpa/Photo Rio News)

“Ser humano guerreiro”

Procurado pelo EGO, Eduardo Barata, amigo de Hector e diretor da APTR (Associação de Produtores Teatrais) lamentou a morte do cineasta e falou sobre a importância dele no cenário artístico nacional. “O Hector transitava no teatro, com a mesma elegância cênica e ousadia que lhe foi peculiar no cinema. Como esquecer a cena da Marilia com o Pixote no colo. Uma cena de magnífica emoção, técnica e conotação social. Conseguiu no meio de toda violência com o Carandiru, resgatar a alma dos personagens fictícios/reais que rondam o nosso imaginário num inferno que é um presídio. No teatro Hector era inquieto, seus espetáculos sempre foram instigantes, com ótimo acabamento e com enfoque no ser humano. Um argentino com a garra de um brasileiro. Um brasileiro que nunca deixou de abater pela doença. Um ser humano guerreiro, talentoso e extremamente dedicado e vocacionado para as artes”, elogiou ele.

Velório e cremação

Segundo a assistente de Babenco, Denise Winther, o corpo do cineasta será velado na Cinemateca, em São Paulo e será cremado em Itapecerica da Serra, no Horto da Paz, nesta sexta-feira, 15.

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