Governo lança plano de vacinação, mas não define datas

17 / 12 / 20

Estratégia prevê imunização inicial de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários, em todo o País

O presidente Jair Bolsonaro diz que a covid-19 “sempre nos afligiu” e que, se houve exageros por parte do governo, foi “no afã de buscar uma solução”. Estratégia prevê imunização inicial de 51 milhões de pessoas de grupos prioritários.

O governo federal lançou oficialmente o programa nacional de vacinação contra a covid-19 em uma cerimônia no Palácio do Planalto na quarta-feira (16/12).

O plano já havia sido apresentado pelo Ministério da Saúde no último sábado, após determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). A estratégia do governo foi apresentada pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazzuelo, e pelo presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro, que desde o surgimento do coronavírus no País já fez várias declarações minimizando a doença, afirmou que a covid-19 sempre foi motivo de preocupação. “Realmente, nos afligiu desde o início. Não sabíamos o que era essa vírus, como ainda não sabemos em grande parte. E nós todos, irmanados, estamos na iminência de apresentar uma alternativa concreta para nos livrarmos desse mal”, afirmou.

Ele disse que, se houve exageros entre membros do governo durante o avanço da pandemia no país, foi “no afã de encontrar uma solução”.

Não ficou claro se o presidente se referia às várias ocasiões em que ele e pessoas de seu círculo mais próximo defenderam o uso da hidroxicloroquina no tratamento da doença, apesar de alertas de várias entidades de saúde que não recomendam o uso do medicamento e não atestam sua eficácia.

Nesta semana, Bolsonaro chegou a afirmar que não vai se vacinar. “Se alguém achar que minha vida está em risco, o problema é meu e ponto final”, disse em entrevista à TV Bandeirantes. “Esse vírus é igual a uma chuva, vai pegar em todo mundo.”

Coronavac na lista

O governo pretende vacinar já na primeira fase da campanha 51 milhões de pessoas, que receberão 108,3 milhões de doses uma vez que a vacina requer duas aplicações. Calcula-se que em torno de 5% das doses sejam perdidas durante o transporte ou a aplicação.

Segundo o plano, a campanha de vacinação deve durar 16 meses – quatro para a imunização dos grupos prioritários e mais 12 para a população em geral.

Segundo a estratégia do governo federal, a vacinação será disponibilizada primeiramente aos grupos considerados vulneráveis, como os idosos e profissionais de saúde.

A Coronavac, que não estava incluída no plano original do governo e se tornou o centro de uma disputa política no país, foi incluída pelo Ministério da Saúde na lista chamada de “adesão do Brasil às vacinas”, que inclui os imunizantes da Universidade de Oxford e AstraZeneca, Pfizer-Biontech, Moderna e Janssen.

Também consta na lista a iniciativa Covax Facilitx, o consórcio internacional liderado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que visa garantir a distribuição global da vacina.

Sem data para vacinação

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, explicou que as vacinas serão enviadas com a supervisão das Forças Armadas aos governos estaduais, que irão redistribuí-las aos municípios.

Ele, porém, se recusou a afirmar uma data provável para o início da vacinação, mas disse que poderá ocorrer em meados de fevereiro.

O ministro observou a necessidade de registro das vacinas, antes que estas possam ser distribuídas, e pregou a obediência aos prazos, sem determinar um período para que isso venha a ocorrer.

Sobre o termo de responsabilidade para as pessoas que queiram ser vacinadas, sugerido pelo presidente Bolsonaro, Pazuello disse que, se isso for aplicado, será para vacinas aprovadas em caráter emergencial.

RC/ots

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