Operação do MPE prende sete pessoas em Alagoas

03 / 12 / 20

Empresários e contadores causaram prejuízo de R$ 30 milhões aos cofres públicos

Gambito da rainha. Esse é o nome da operação deflagrada nas primeiras horas da manhã da última quarta-feira (2), pelo Grupo de Atuação Especial em Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf) do Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), contra oito pessoas, entre empresários e contadores, todos acusados de uma série de crimes, dentre eles, fraude societária e lavagem de bens. O prejuízo aos cofres públicos ultrapassa os R$ 30 milhões, números que seguem em apuração na Secretaria Estadual da Fazenda (Sefaz).

Foram expedidos oito mandados de prisão, sendo três preventivos e cinco temporários, e mais 30 de busca e apreensão, em Alagoas e Pernambuco, todos pela 17ª Vara Criminal da Capital – de Combate ao Crime Organizado.

Os alvos da operação são pessoas físicas e jurídicas ligadas, direta ou indiretamente, ao conglomerado de empresas de “Eliane da Globo”, que funciona em União dos Palmares, município localizado no interior alagoano.

De acordo com o Ministério Público Estadual, sete pessoas foram presas e uma se encontra foragida. Os nomes dos presos não foram divulgados, para não prejudicar as investigações.

Os ilícitos

Todos os presos são acusados de envolvimento nos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica, fraudes societárias, falsificação de documentos públicos e privados, lavagem de bens e corrupção de agentes públicos. Dentre esses agentes públicos envolvidos, dois são auditores-fiscais e foram afastados do cargo.

Segundo as investigações do Gaesf, o esquema criminoso causou grave prejuízo ao tesouro estadual. Tal montante gira em torno de R$ 30 milhões em valores corrigidos monetariamente, e com multas e juros.

Foi também decretado, judicialmente, o bloqueio de bens imóveis e móveis dos acusados. A organização criminosa, que operava somente em Alagoas, era integrada por empresários, “testas-de-ferro”, “laranjas”, contadores e auditores-fiscais.

A operação foi comandada pelos promotores de Justiça Cyro Blatter – coordenador do Gaesf, Marília Cerqueira e Anderson Cláudio de Almeida e por integrantes da Secretaria de Estado da Fazenda, Procuradoria-Geral do Estado, Polícia Civil e Polícia Militar de Alagoas. Todas essas instituições compõem o corpo técnico do Gaesf.

Pela PM, participam os 1o, 3o, 4o e 5o Batalhões, Radiopatrulha, Bope, BPTran e Batalhão de Polícia Escolar. Já pela Polícia Civil, a Asfixia, Oplit, Tigre e 2a seção, além de membros da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) e da Delegacia-Geral.

E para a operação desta quarta-feira (2), também compuseram as equipes que cumpriam as diligências a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Instituto de Criminalística (IC) e a Secretaria de Estado de Ressocialização e Inclusão Social (Seris).

GAMBITO DA RAINHA

O nome da operação é uma alusão a abertura que o enxadrista faz com o propósito de sacrificar o peão da rainha para obter vantagem e ganhar o jogo.

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