Juliette cantando com Gilberto Gil foi emocionante

16 / 06 / 21

Por alguns minutos fechei os olhos marejados de lágrimas, esqueci da pandemia e do desastroso governo Bolsonaro

Por alguns minutos fechei os olhos marejados de lágrimas e esqueci da pandemia, do desastroso governo Bolsonaro e de todas as tristezas deste ano marcado por mortes.

A paraibana Juliette Freire, advogada, maquiadora e agora cantora, me emocionou muito ao cantar com o melhor ministro da Cultura que este país já teve. Gilberto Gil, sim ele mesmo, o mestre deu espaço para o desabrochar de uma nova estrela. Juliette foi ternura, doçura e muita emoção.

Sei que alguém pode dizer e daí? Daí que ainda precisamos de emoção nesse mundo tão egocêntrico, tão sujo e tão cheio de ódio. Sei também que é show business, que é Rede Globo e tudo mais. Sei de tudo isso, mas faz tempo que não vejo algo tão verdadeiro na televisão. A paraibana soltou a voz de forma extraordinária.

Estreando ao lado do ‘monstro sagrado’ da música brasileira, Juliette mostrou que podemos falar a voz do coração. Claro que ela ainda tem muito a evoluir, mas por esta primeira apresentação dá pra ver que seu futuro artístico será reluzente.

Juliette e Gil me remeteram às minhas raízes do interior nordestino. Das fogueiras, do dia de Santo Antonio, meu dia. Dia que todos os anos tinha fogueira na minha casa, afinal, eu, meu pai e meu filho somos Antonios.

Que coisa mais linda de ver. Verdade, autenticidade. Uma profusão de sentimentos, nostalgia, amor pelo simples, pelo nosso chão, pela nossa terra. Saudade de Gonzagão, Dominguinhos. Aí que saudade de tudo que representa as festas juninas.

Sim, minha gente me deixem extrapolar tudo que vi na tela da minha televisão. Vi algo raro. Vi algo quase inacreditável, vi uma linda mulher se debulhar em lágrimas ao cantar para um veterano artista. Coisa linda de viver. Viva o Nordeste. Viva os nordestinos. Viva os brasileiros de todas as regiões que sentem na pele e no coração a doce emoção do cantarolar dos versos de toda uma vida.

Obrigado Gil, valeu Juliette. Vocês me fizeram feliz por alguns minutos. Fizeram até eu esquecer do inferno que estamos vivendo desde que o inominável assumiu.

“Virusbomber”

Gênios em criar novas palavras a partir de antigas, os alemães inventaram o “virusbomber” para designar pessoas que espalham propositalmente o coronavírus. Falta, entretanto, o vocábulo para definir Bolsonaro.

Ele não é o negacionista comum que não usa máscara e se mete em aglomerações; chefe de uma das maiores nações do mundo e uma das três mais afetadas pela pandemia, comanda, diariamente, iniciativas a favor do vírus, apoiado por sua terrível máquina de propaganda.

Não há outro exemplo no mundo em nenhuma ditadura. Já deu para constatar que é o maior “virusbomber” do planeta. E não dá sinais de mudar. Consolidou sua posição com a procissão de motos de ontem em São Paulo.
Além de espalhar poluição, arrogância, autoritarismo, desperdício de dinheiro público, espalhou o vírus na maior cidade do país e estimulou 200 milhões de cidadãos a se exporem e portanto espalharem o vírus também, numa disputa macabra e desigual com as vacinas. A vacinação é mais lenta que o vírus.

Bolsonaro não sabota somente o combate à covid 19 no Brasil. Ele é o líder do movimento que sabota o combate mundial à pandemia. E que atrasa o fim da peste do século 21. Se nós, brasileiros, não sabemos como fazê-lo parar, talvez seja o caso de pedir ajuda ao mundo.

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