Dia do Jornalista contra censura, mentira e ódio
Comemorado em 7 de abril, foi instituído em 1931, por decisão da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), como homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830
Autor: Ricardo Rodrigues/Com histórico de Lorraine Vilela, da Equipe Brasil Escola
7 de Abril
Dia do Jornalista contra a censura, a mentira e ódio
Por Ricardo Rodrigues
“Jornalismo, independentemente de qualquer definição acadêmica, é uma fascinante batalha pela conquista das mentes e corações”. A frase do saudoso jornalista Clovis Rossi, um dos colegas mais brilhantes e apaixonados pela profissão que tive a honra de conhecer, define magistralmente o campo de luta onde atua o profissional da imprensa. A forma visceral com que o jornalista empunha a caneta, o gravador ou microfone; na hora da pergunta, da produção do texto ou na divulgação da notícia; na escrita da história, no registro dos fatos, por meio de imagens, fotos, charges e ilustrações.
É nesse cenário no qual sempre esteve inserido, o jornalista de verdade, de luta. Aquele que além da formação possui o dom imprescindível para o exercício dessa profissão tão nobre e importante, ao mesmo tempo tão incompreendida e vilipendiada. Desde os primórdios da imprensa, que o jornalista batalha incessantemente, obstinadamente, em busca da verdade. Ao relatar os fatos, ou narrar histórias e difundir perfis, cobrindo guerras e carnavais, ele se revela um escritor contumaz do cotidiano, abordando assuntos diversos, personagens incríveis, indo de temas tão importantes, inéditos e polêmicos, às questões mais comezinhas.
Atualmente, a luta pela conquista de mentes e corações passa também pela defesa da verdade, contra as mentiras e falsas notícias que se alastram pela mídia e redes sociais. Hoje, o jornalista profissional, de formação como eu, ou autodidata como foi o saudoso Cláudio Abramo, batalha pela verdade, pela cidadania e por mais ética nas relações sociais. Não é fácil se deparar todo dia com uma enxurrada de notícias falsas, produzidas e espalhadas pelo mundo inteiro, por não jornalistas e picaretas inescrupulosos.
Não por acaso, recentemente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) chamou de infodemia a quantidade de notícias colocadas sob suspeição, na difusão da pandemia de Covid-19. Ou seja, uma verdadeira “guerra” entre informação e desinformação ou ainda entre formação e deformação da opinião pública. A palavra do jornalista sendo posta à prova, questionada até caluniada por pessoas e movimentos sem a menor qualificação, ou defensores de interesses escusos e viés ideológico desabonador.
Com isso, abre-se no campo das comunicações sociais um espaço pantanoso para a difusão de mentiras orquestradas e notícias falsas. Uma prática deletéria e proposital, com objetivos políticos, que tenta nivelar por baixo uma atividade tão altruísta e tão necessária para as civilizações – a atividade jornalística. Por de trás da indústria da desinformação há sempre um corrupto, um déspota, um tirano, tentando enriquecer e tirar proveito dessa atividade, apresentando-se como cordeiro, em pele de lobo.
Portanto, nesse dia 7 de abril, diga não à desinformação e aos aproveitadores dessa profissão. Diga sim ao jornalismo comprometido com a verdade, que divulga os acontecimentos com ética e responsabilidade, sem o ranço da censura e do ódio, sem a deturpação dos fatos, expondo todas as versões e deixando ao público o direito de fazer o juízo de valor daquilo que está lendo, vendo, ouvindo, sabendo e compartilhando. Pense num jornalista ou numa jornalista desse jeito, com esse perfil, e dê os parabéns a ele, ou a ela.
HERÓIS DA IMPRENSA
São esses os verdadeiros heróis da imprensa; são esses os verdadeiros jornalistas; aqueles que dão a vida pela notícia, que velam pela a informação; que defendem a verdade com unhas e dentes. Aqueles que tratam a notícia como o padeiro trata o pão nosso de cada dia, com respeito e profissionalismo; são aqueles que registram os fatos com veracidade (doa a quem doer); que agem com ética e responsabilidade. Aqueles que são comprometidos com as camadas mais carentes da sociedade; que denunciam os esquemas e as mazelas da política; que não se deixam emprenhar pelos ouvidos e muito menos pelo vil metal.
Neste 7 de abril, convém registar também o nosso repúdio às agressões e aos agressores de jornalistas, no exercício legal da profissão. Bem como à sanha nefasta dos “imperadores de fake news”, que confundem e intimidam a todos, principalmente aos incautos, que embarcam na onda deles e depilam os pelos do pescoço para facilitar a missão do carrasco. Portanto, fica aqui consignado também esse protesto contra o terror imposto aos jornalistas, vitimados por várias formas de violência, no exercício legal e legitimo da profissão.
Todos os anos, entidades como Federação Internacional de Jornalistas e Repórteres sem Fronteiras registram centenas de casos de intimidações, agressões e mortes de jornalistas. Profissionais da imprensa que tiveram suas vidas ceifadas apenas por retratar fatos que incomodam ou expressam a verdade. Só em 2021, foram mais de 50 jornalistas assassinados, em todo o mundo. No Brasil, o ano de 2020 foi o mais violento de todos, desde o começo da série histórica iniciada na década de 1990. Foram 428 casos de violência, 105,77% a mais que as 208 ocorrências registradas em 2019.
Nesse sentido, no Dia do Jornalista, mais do que uma efeméride comemorativa, deve se compreendido como uma data histórica, de suma importância para o estado democrático de direito. Um marco para a liberdade de expressão e a liberdade de informações verdadeiras, como pilares imprescindíveis da civilização humana e do relacionamento sadio entre as pessoas, numa busca constante do respeito mútuo e do bem comum.
HISTÓRICO
7 de Abril é comemorado o Dia do Jornalista
A ABI instituiu esse dia como homenagem ao médico e jornalista Giovanni Battista Líbero Badaró, morto por inimigos políticos em 1830
A morte de Badaró alimentou ainda mais a crise que começava a se instaurar no império de D. Pedro I. A revolta de populares e políticos que eram contra a repressão do monarca tornaram sua permanência no poder cada vez mais perigosa, uma vez que atos violentos estavam acontecendo frequentemente. Esse foi um dos fatores que levaram à renúncia de D. Pedro em 7 de abril de 1831.
A criação da ABI
A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) foi criada para representar e assegurar aos jornalistas seus direitos e legitimar sua profissão. A data escolhida para sua criação oficial foi o dia 7 de abril de 1908, haja vista o seu caráter histórico e importância para a liberdade de imprensa.
A ABI foi idealizada pelo jornalista Gustavo de Lacerda, que acreditava que os jornais deveriam funcionar como cooperativas com uma missão social de informar e levar conhecimento à população. Sua ideologia era contrária ao jornalismo praticado até então, cujos veículos eram empresas que visavam ao lucro, e a notícia era apenas uma mercadoria. Tal posição fez com que a associação enfrentasse certa resistência e até boicotes por parte dos grandes empresários, fator que levou a uma maior demora na consolidação da entidade.
Uma profissão e suas diferentes comemorações
Apesar de o dia 7 de abril ser a principal data brasileira de homenagem aos jornalistas, outros dias também homenageiam tal profissional. Confira abaixo as principais datas:
- 29 de janeiro: refere-se à morte do jornalista e abolicionista José do Patrocínio;
- 16 de fevereiro: Dia do Repórter;
- 3 de maio: Dia da Liberdade de Imprensa, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1993;
- 1º de junho: Dia da Imprensa. Essa data faz referência ao início da circulação do primeiro jornal no Brasil, o Correio Braziliense, editado por Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, em Londres.
O Dia do Jornalista, assim como suas áreas de atuação, varia conforme o país. Nos Estados Unidos, por exemplo, comemora-se em 08 de agosto. Já na China a data escolhida foi 08 de novembro.
Jornalismo no Brasil
O primeiro jornal brasileiro não era produzido no Brasil. O Correio Braziliense foi criado em 1º de junho de 1808 pelo jornalista Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, em Londres. Sua circulação encerrou-se em 1º de dezembro de 1822.
Os custos de produção dos primeiros jornais eram altos, e a tiragem era de poucos exemplares, já que a maior parte da população brasileira era analfabeta. O conteúdo dos semanários tinha um caráter predominantemente opinativo.
A imprensa brasileira passou a se desenvolver e se tornar mais popular com a abolição da escravatura, os avanços na educação básica, o barateamento dos custos de produção e possibilidade de inserção de imagens nos semanários, que depois se tornaram periódicos.
Graduação
Os jornalistas brasileiros não tinham formação específica até a década de 1940. Os profissionais do Jornalismo eram, em sua maioria, médicos, advogados e, posteriormente, escritores.
O primeiro curso de Jornalismo no Brasil, criado em 1947, em São Paulo, foi o da Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. A graduação nessa área ganhou força na década de 1960, e as seguintes instituições passaram a oferecer o curso: Universidade Católica de Pernambuco (Unicap), Faculdade Eloy de Souza (atual Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN), Universidade de Brasília (UnB) e federais de Goiás (UFG), Ceará (UFC) e Amazonas (UFAM).
O diploma para o exercício do Jornalismo tornou-se exigência em 1969, o que possibilitou o crescimento e aperfeiçoamento dos cursos de graduação e, posteriormente, especializações para os profissionais da comunicação.
A exigência do diploma de Jornalismo para exercício da profissão foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal em 17 de junho de 2009. A justificativa foi a de que exigir tal formação cerceava o direito à informação e à liberdade de expressão e que o diploma, além de servir apenas aos interesses das instituições de ensino superior, foi exigido em um período de repressão, isto é, durante a ditadura militar no Brasil.
O assunto voltou às pautas de discussão definitivamente em 2015, em uma tentativa de aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que pretende restituir a obrigatoriedade do diploma de jornalista.
O Jornalista
A faculdade de Jornalismo tem duração de quatro anos, que são divididos em oito períodos letivos. Ainda na graduação, o futuro comunicador pode colocar em prática as noções aprendidas em sala por meio dos estágios, que podem ser obrigatórios ou não, conforme a instituição de ensino. Ser estagiário facilita a inserção do estudante no mercado de trabalho.
O jornalista deve ter domínio de língua portuguesa e boas técnicas de redação; deve buscar manter-se atualizado sobre os principais assuntos, ser criativo e ter boa comunicação. O profissional pode atuar em diversas áreas e cargos, alcançando inclusive postos de chefia. Entre as mídias que contam com a participação do jornalista, estão:
– Web (internet);
– Televisão;
– Revistas;
– Jornais Impressos (diários ou semanais);
– Rádio;
– Assessoria de Imprensa/Comunicação.
Uma das áreas que mais crescem e oferecem oportunidades aos jornalistas é a web. Com a popularização da internet e das plataformas digitais, a busca pela informação instantânea e a possibilidade da interatividade aquecem o mercado para profissionais dispostos a se dedicarem ao Webjornalismo.
Outro setor que tem se destacado nos últimos anos é a assessoria de imprensa. O assessor é responsável pela representação de empresas, órgãos, indústrias ou personalidades em meios de comunicação e perante a sociedade. Além disso, o jornalista que atua nessa área utiliza o seu conhecimento de técnicas de redação e edição para produzir notas, notícias e reportagens para sites, revistas, jornais e até mesmo TV, assim como pode ficar a cargo da comunicação interna ou, ainda, integrada, trabalhando com os profissionais de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda.
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