GG volta a ser alvo de operação da PF em Rio Largo

11 / 08 / 22

Prefeito é acusado de usar empresas de material de construção e autopeças para desviar cerca de R$ 20 milhões, em recursos federais repassados à Prefeitura para saúde e educação do município

Autor: Ricardo Rodrigues

O prefeito de Rio Largo, Gilberto Gonçalves (PP) foi alvo mais uma vez de operação da Polícia Federal, nesta quinta-feira (11/8). GG é acusado de usar empresas de material de construção e autopeças para desviar cerca de R$ 20 milhões, em recursos federais repassados à Prefeitura para saúde e educação do município.

Em nota distribuída à imprensa, a PF de Alagoas dá detalhes da Operação Beco da Pecúnia, onde informa que para executar os desvios e a ocultação da origem ilícita de tais valores, foram utilizados “laranjas”, tanto pessoas físicas, como jurídicas. Entres os suspeitos de participação no esquema há servidores da prefeitura, mas não foram citados nomes.

De acordo com a PF, seriam cumpridos 35 mandados judiciais de busca e apreensão em 6 seis municípios alagoanos: Maceió, Rio Largo, Messias, Paripueira, São Sebastião e Palmeira dos Índios, além de um em São Paulo/SP. A Justiça também autorizou o sequestro de bens móveis e imóveis dos envolvidos no esquema, para garantir o futuro ressarcimento aos cofres públicos no valor de R$ 12 milhões.

Questionada sobre a possibilidade de prisão ou afastamento do prefeito, a assessoria da PF não confirmou nem desmentiu, disse apenas que não comenta operações em andamento. Entre o material apreendido, havia um aparelho celular de um dos investigados que foi jogado num terreno baldio, quando os agentes da PF estiveram pela manhã em Rio Largo.

NOTA DA PF

A Polícia Federal em Alagoas, com o apoio da CGU/AL, deflagrou hoje (11/08) a Operação Beco da Pecúnia, versando sobre a investigação de possíveis crimes de desvios de recursos públicos federais, lavagem de dinheiro e organização criminosa, com recursos do FUNDEB e SUS, que teriam ocorrido no município de Rio Largo/AL, cujas condutas teriam configurado os crimes previstos no art. 1º, I, do Dec.-Lei n. 201/67, art. 1º da lei 9613/98 e art. 2º, §4º, II, da lei 12850/13.

De acordo com a investigação, teriam ocorrido possíveis ilegalidades nas contratações e respectivos pagamentos realizados pelo município de Rio Largo/AL, em favor de duas pessoas jurídicas, para aquisições de material de construção, peças e serviços para veículos, as quais teriam recebido do citado município o valor aproximado de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais).

A investigação identificou que, entre 2019 e 2022, foram realizados 245 (duzentos e quarenta e cinco) saques “na boca do caixa” de contas de tais empresas, com o valor individual de R$ 49.000,00 (quarenta e nove mil reais), logo após terem recebido recursos de contas do município de Rio Largo/AL, visando burlar o sistema de controle do Banco Central/COAF que prevê a obrigatoriedade das instituições bancárias informarem automaticamente transações com valores iguais ou superiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais).

Para executar os desvios e a ocultação da origem ilícita de tais valores, foram utilizados “laranjas”, tanto pessoas físicas, como jurídicas.

Na data de hoje, estão sendo cumpridos 35 (trinta e cinco) mandados judiciais de busca e apreensão em 6 (seis) municípios alagoanos (Maceió, Rio Largo, Messias, Paripueira, São Sebastião e Palmeira dos Índios) e 1 (um) em São Paulo/SP, além do sequestro de bens móveis e imóveis para garantir o futuro ressarcimento aos cofres públicos no valor de R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais).

Foi determinado, também, o afastamento cautelar de agentes públicos dos cargos que atualmente ocupam no município de Rio Largo/AL pelo prazo de 60 dias, proibição de frequentar órgãos públicos do município, proibição de manter contatos entre si e proibição de ausentar-se do país, devendo entregar o passaporte, além da imediata suspensão dos contratos entre as pessoas jurídicas e o município de Rio Largo/AL

Para o cumprimento das medidas estão sendo empregados 162 (cento e sessenta e dois) Policiais Federais nessa fase ostensiva da Operação.

 

O nome da Operação (Beco da Pecúnia) é uma referência ao local onde a Polícia Federal flagrou quatro entregas de valores a pessoas vinculadas ao município de Rio Largo/AL, logo após terem sido sacados por duas pessoas ligadas às empresas contratadas pelo município

Maceió/AL, 11 de agosto de 2022.

Comunicação Social da PF em Alagoas

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