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Literatura alagoana: tradição que se renova

Desde as origens, em cada período de tempo correspondente às características da vida social, econômica e cultural no estado, surgem escritores que escrevem diferentes gêneros literários e contribuem para renovar a antiga tradição literária alagoana no contexto nordestino e brasileiro.
Em épocas distintas, vários escritores escreveram obras para destacar aspectos dos costumes, da cultura e da realidade social; promoveram movimentos literários e buscaram afirmar suas linguagens e estéticas. O ambiente singular de contrastes geopolíticos e de diversidades culturais estimulou poetas, ficcionistas, cronistas, teatrólogos, ensaístas e críticos a desenvolverem suas obras seminais.
Nas gerações de escritores na primeira metade do século XX, se destacaram no cenário literário alagoano (e também brasileiro) os poetas Guimarães Passos, Jayme de Altavila, Jorge de Lima e Lêdo Ivo, os contistas Aurélio Buarque de Holanda, Breno Accioly e Ricardo Ramos, o romancista Graciliano Ramos, os ensaístas Otávio Brandão, Manuel Diegues Júnior e Pontes de Miranda, entre outros autores.
Na segunda metade do século XX, principalmente após um período de pouca produção literária na década de 1960, ocorreu nas décadas de 1970, 1980 e 1990 efervescência intelectual e profusão de publicações, destacando-se algumas obras literárias merecedoras do reconhecimento da crítica. Na catalogação das edições literárias (alguns publicaram apenas o livro de estréia) destacam-se, entre outros escritores, os poetas Carlos Moliterno, Mendonça Júnior, Cléa Marsíglia, Lúcia Guiomar, Juarez Gomes de Barros, Ronaldo de Andrade, José Geraldo Marques, Sidney Wanderley, Jurandir Mamede de Santana, Marcos de Farias Costa, Ana Maria Soares Vieira Filha e Jorge Cooper, os contistas J. F. da Costa Filho, Heliônia Ceres, Arriete Vilela e Carlos Mero, os romancistas José Maria de Melo, Adalberon Cavalcanti Lins, C. L. Figueiredo, Arnaldo Paiva e Teomirtes de Barros Malta, e os ensaístas Waldemar Cavalcante, Wanderley de Gusmão e José Casado da Silva.
Nos últimos anos, na década de 2000 e no início de 2010, surgiram os poetas Milton Rosendo, Nilton Resende, Bruno Ribeiro, Charles Cooper e Ricardo Cabús, o contista Tázio Zambi, os romancistas Carlos Nealdo e Brisa Paim, os ensaístas Roberto Sarmento, Márcio Ferreira da Silva e Janayna Ávila, entre outros escritores.
Mas, como em todo meio literário, também existem, lamentavelmente, as edições best-sellers e os livros inexpressivos, escritos por subliteratos vaidosos que recebem o apoio de jornalistas quase sempre despreparados e ocupam com destaque os espaços nos suplementos culturais dos jornais e nas revistas especializadas. Ressalte-se que alguns livros escritos e publicados não devem – e nem podem – ser classificados como literatura, considerando os critérios rigorosos de análise e de definição de obra escrita com consistência e qualidade.
Este desregramento de edições de livros de má qualidade e de jornalismo cultural incipiente e superficial não acontece somente em Alagoas; também se constata em outros estados, inclusive no Rio de Janeiro e em São Paulo, metrópoles onde também há subliteratos e jornalistas despreparados, com o característico ranço provinciano.
A literatura alagoana contemporânea, poética, ficcional ou ensaística, renova-se e encontra-se em processo de produção e de afirmação, renovando expectativas que advém da primeira década do século XX – e que prosseguem na segunda década que se inicia –, contemplada com o surgimento de novos e novíssimos escritores que deverão ser reconhecidos e se consagrar futuramente em Alagoas.
Na história da literatura alagoana sempre houve quem surpreendesse a crítica com a publicação de obras em diferentes gêneros. Os ícones permanecem referenciais cronológicos no panorama da literatura e exemplos para as gerações sucessivas de escritores.

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