Ricardo Rodrigues
Eleições de 2022 terão o vírus como protagonista
Eleitores devem se dividir entre candidatos que lutaram contra a Covid-19 e aqueles que tiraram proveito da pandemia
Por Ricardo Rodrigues
O vírus da Covid-19, que já matou mais de meio milhão de pessoas no Brasil, por incrível que pareça é o mesmo que fez despertar um grito de libertação do povo brasileiro. O combate a ele divide e une, numa luta insana entre a ciência e o obscurantismo, com perdas para ambos os lados. A lição que tiramos de tudo isso é essencialmente política, como a manifestação mais genuína da raça humana.
É quando a fome não passa ou o sapato aperta, que nossa gente desperta. A compreensão ou a alienação deste momento crucial da conjuntura política nacional é quem nos dá dimensão, o discernimento, o sentimento ideal para que possamos nos posicionar politicamente, saindo de cima do muro. De que lado estamos? Da vida ou da morte. A favor ou contra o vírus? Não há espaço para o meio termo, nesse imprensadinho.
O direito à saúde, para preserva o bem mais precioso da vida, está assegurado na Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU e na nossa Constituição Federal de 1988. Por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), Estados e municípios vacinam as pessoas de Norte a Sul do País há anos, contra as mais diversas doenças, combatendo vírus tão letais quanto o da Covid-19. Portanto, não é de hoje que o Brasil vacina a pátria amada mãe gentil.
“Viva o SUS! Viva a Ciência! Viva a Vida! Vacina boa é vacina no braço! Agradeço o carinho da equipe da UBS Meninópolis, e a mão levinha da Laís. A moldura é da UBS”, escreveu a jornalista Maju Coutinho, apresentadora do Jornal Hoje, da TV Globo. “Viva o SUS! Muito original amei. Essa vacina é digna de um quadro”, respondeu uma “seguidora” Valéria Dornelles, no Instagram da jornalista, na última quarta-feira (30).
Quem toma a vacina contra a Covid-19 se emociona, agradece e entende que a vacina, seja ela qual for, é necessária não só para quem toma, como também para aqueles que ainda vão tomar. Ajuda na “imunização de rebanho”, como apregoam os infectologistas. Aliada as demais medidas sanitárias – como o uso da máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social – a vacina salva, evita a morte prematura dos contaminados pelo vírus. Portanto, quem defende a vacina, defende a vida; quem é contra ela semeia a morte, o ódio, a discórdia.
Nas eleições de 2022, a pandemia será o tema principal da discussão entre os políticos. Não tem como negar ou evitar. As alianças em torno dos candidatos presidenciais vão passar pelas mortes e a internação de pessoas, por quem facilitou a vacinação ou quem quis tirar proveito das negociações em torno das vacinas. Não por acaso, a CPI da Covid-19 no senado, coloca frente a frente, senadores que querem inocentar os aproveitadores da pandemia e aqueles que estão querendo responsabilizá-los.
“A pátria vacinada”, por incrível que pareça, será o mote de campanha dos governistas, dos aliados do presidente Jair Bolsonaro, que nem partido tem, muito menos decoro para ocupar o cargo máximo do País, mas é forte candidato à reeleição. Apesar de tudo que fez ou deixou de fazer, ou por isso tudo, conta ainda com o apoio de milhares de eleitores. Conta ainda com a salvaguarda de seguidores fanáticos de extrema direita; entre eles, militantes nazistas, fascistas, racistas e homofóbicos que atuam, impiedosamente, nas redes sociais.
TROPA DE CHOQUE
A tropa de choque de Bolsonaro não se limita aos parlamentares da base governista no Congresso, vai além do “gabinete paralelo” em Brasília e dos motoqueiros “incomíveis”, tem sede no Rio de Janeiro, onde se concentra o braço armado do grupo, que tem nas milícias e na banda podre dos militares sua maior força de coerção, seu maior poder de fogo. São integrantes esses grupos, espalhados pelo País e sob comando carioca, que vem sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no inquérito que investiga atentados contra as instituições democráticas e seus integrantes.
Um deputado federal, ainda com mandato, está preso por atuar nesse campo; e outros parlamentares vem sendo investigados. Eles estão por trás de uma rede de divulgação de notícias falsas, para macular a imagem dos principais opositores de Bolsonaro: caluniando, difamando e espalhando dossiês falsos, contra aqueles que investigam e denunciam as atrocidades do presidente. Ou seja, há uma ala governista que apoia o vírus (pasmem!), detona quem o persegue e tenta enriquecer com ele, majorando o preço da vacina.
Nas eleições de 2022, essas questões virão à tona. Afinal, são mais 500 mil de mortos pela Covid-19. O eleitor sabe disso e quando consultado não titubeia: prefere o retorno do ex-presidente Lula (PT) ou de outros candidatos, a exemplo de Ciro Gomes (PDT) e João Dória (PSDB), à incerteza de um segundo mandato de Bolsonaro. As pesquisas de opinião apontam nessa direção, dando ao candidato petista, nesse momento, vitória no primeiro turno, com quase a metade da preferência do eleitorado brasileiro.
Nas ruas, as manifestações contra o governo federal crescem cada vez mais, mobilizando milhares de brasileiros anônimos e militantes de movimentos sociais. Nos últimos protestos contra o presidente, de Norte a Sul do País, a palavra “Genocida”, que foi censurada na Câmara Municipal de Maceió, na sessão que deu a Bolsonaro um título de cidadão, estava estampada em faixas e cartazes.
Neste sábado, 3 de julho, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) realiza mais um ato público “Fora Bolsonaro” nas capitais e principais cidades do País. As manifestações foram convocadas na mesma semana que o Supremo Tribunal Federal (STJ) e a Procuradoria Geral da República decidiram investigar o presidente Bolsonaro por crime de prevaricação, no caso do superfaturamento da vacina Covaxin.
O esquema denunciado, segundo revelou um dos depoentes à CPI da Covid-19 no Senado, iria render 1 real por cada dose da vacina superfaturada. Ou seja, a dose que custaria R$ 3,50 para o Ministério da Saúde, passaria custar R$ 4,50. O dinheiro pago a mais, que sai do bolso dos contribuintes, iria para quem? Para os amigos do vírus.
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