Aylton

"Porque Hoje É Sábado"

"Porque Hoje É Sábado" ! É um poema do poetinha e como tal nome da coluna do último dia da semana, já que juram que a mesma ou a outra começa no domingo, porque segunda é segunda, sem primeira. Deixando a besteira de lado, vem aí o texto pitoresco do meu amigo publicitário Aylton Numes:

O CAMINHÃO DO ZECA GALEGO:
Logo na entrada da cidade ele começava a buzinar, alto e estridente. E nós, meninos, o acompanhava até uma casa vizinha ao caldo de cana de "Seu" Mota onde morava sua namorada.
Era louro, com rosto avermelhado e tinha mais de um metro e oitenta de altura. Pra meninada, um gigante. De vez em quando nos pagava uma rodada de caldo com pão doce. Uma delícia.
Depois de um bom descanso entrava na boleia e dava o prefixo: uma demorada buzinada. E a gente ia ao delírio.
O caminhão se não me engano, era um Chevrolet, motor enorme. Só poderia ser assim pois a estrada Maceió a Porto Calvo (onde ele transportava o açúcar da Usina Santana e também da Camaragibe, como bem me lembrou o Dr. Astério, para o porto de Jaraguá) era de barro e tinha muitas ladeiras a vencer.
No verão era uma poeira danada e no inverno um lamaçal desgraçado. Um horror!
E o Dr. Astério também me trouxe à memória a cidade de Matriz, onde fica a Usina Camaragibe, fui muito lá. A primeira vez acompanhei meu pai "Seu" Antônio que comprou um chapéu Ramenzoni na loja do Zarli. Era o must da época.
A feira da cidade era espaçosa. Tinha de tudo. A praça principal, enorme. Uma igreja em frente à outra. Tinha numa esquina um salão de sinuca que pertencia a um senhor que, nas horas vagas, se transformava em palhaço e se apresentava em circos mambembes.
Também tinha uma pessoa incrível: o Cabeleira, o maior mentiroso (o Jocão) da região.
E enquanto morei no Passo nunca perdi uma festa de Bom Jesus!
Voltando ao Zeca Galego:
Depois de alguns anos, quando cheguei em Maceió, um amigo me disse que sabia onde morava o nosso personagem . Fomos lá. Numa rua paralela ao, hoje bar, Gelada ou Natural.
Meu amigo bateu à porta e quem apareceu?
Ele, em pessoa. Já aposentado, tinha vendido o seu famoso caminhão e nos atendeu como se fôssemos filhos seus. Ficamos lá por horas, ouvindo suas histórias e também sabendo que ele tinha duas famílias: uma lá, outra cá.
Zeca Galego: quem o conheceu, jamais pode esquecer !
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E finalizando cutuco:
E o Glenn, que fim levou?
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5Zealberto Alberto e outras 4 pessoas
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Comentários
• Zealberto Alberto Trabalhei em Jaraguá e por algumas vezes vi e ouvi o Caminhão do Zeca Galeão trafegando por ali, carregado de açúcar, anunciando a sua chegada. Bons tempos, Aylton Nunes.

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